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terça-feira, abril 19, 2011

Pequeno resumo sobre a origem do Dia do Trbalhador




 Em 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores
nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América.
Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a
redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e
 teve a participação de milhares de pessoas. Nesse dia
 teve início uma greve geral nos EUA . No dia 3 de Maio
 houve um pequeno levantamento que acabou com uma
 escaramuça com a polícia e com a morte de alguns
 manifestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova
 manifestação foi organizada como protesto pelos
acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com
o lançamento de uma  bomba por desconhecidos para o
meio dos policiais que começavam a dispersar
os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu
então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas
e ferindo dezenas.
Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a
Revolta de Haymarket.
Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda
 Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por
 proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma
manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário.

 A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem
às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891
uma manifestação no norte de França é dispersada pela
polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo
drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos
trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista
de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de
reivindicação de condições laborais. Em 23 de Abril de 1919
o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio
desse ano dia feriado.
 Em 1920 a Rússia adopta o 1º de Maio como feriado nacional,
e este exemplo é seguido por muitos outros países. Apesar de até
hoje os estadunidenses se negarem a reconhecer essa data como
sendo o Dia do Trabalhador, em 1890 a luta dos trabalhadores
estadunidenses conseguiu que o Congresso aprovasse que a jornada
de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.
Alguns países celebram o Dia do Trabalhador em datas diferentes de 1 de Maio:

Dia do Trabalhador em Portugal

Em Portugal, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril)
é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio e este passou a ser
feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era
reprimida pela polícia. O Dia Mundial dos Trabalhadores é comemorado
por todo o país, sobretudo com manifestações, comícios e festas de carácter
reivindicativo, promovidas pela central sindical.
Fonte: Wikipédia
Publicado por: IldaCarol




segunda-feira, abril 18, 2011

Homenagem aos trabalhadores - 1.º de Maio

FICÇÃO:
Vamos La?... Vamos Lá?... Ninguem terminava a frase, não era necessário.
Todos sabiam do que se tratava, era o primeiro de Maio.
Iam encolhidos, com medo é certo, e não era por não se terem preparado.
Mas, depois ao chegaram ao sítio do ajuntamento, e verem que eram mais de
trezentos, perderam logo o medo.
Os polícias também eram outros trezentos.
António, saiu dali mal tratado com um braço partido.
Hoje, nesse mesmo dia, senta-se em frente da televisão com um prato de sopa,
para ouvir discursar o filho, que começa sempre assim:

Foi aqui, neste lugar, que os nossos pais estiveram há mais de trinta
anos…
A António fez-se-lhe um nó na garganta que não o deixa engulir a sopa. Pára um
pouco para se recompor.
A mulher voltara á cozinha nem sei porquê.
 - Ah Maria?, Anda ouvir o nosso filho. Ela não vem e a reportagem continua.
Miguel, o neto está de costas a brincar com uns carritos.
António olha para o neto, e este fez um sorriso.
é graças a eles que hoie estamos aqui em liberdade -
Terminava assim a intervenção do filho.
- Ah Maria!, porque não vieste a ouvir, quando eu te chamei?
- Queria que tu vivesses essas sensações só, como tantas vezes,
noutros tempos eu as vivi.
Era o segundo turbilhão de emoções que hoje vivia, e desta segunda,
não estava António á espera.

Válter Deusdado

sexta-feira, abril 15, 2011

A lenda do beijo









 
que me beijastes
e nesse beijo me ensinastes
o que é o amor

Eu
que já estava cansado de viver
em busca de um querer
sempre
maltratando em cada ilusão
meu pobre coração

Ao te encontrar
descobri que o segredo do amor
é se entregar
para sempre na alegria e na dor

Publicado por IldaCarol

Letras de Altemar Dutra

quarta-feira, abril 06, 2011

 Soneto de Camilo Pessanha


    Caminho
 
  Tenho sonhos cruéis;n'alma doente
  Sinto um vago receio prematuro,
  Vou a medo na aresta do futuro,
  Embebido em saudades do presente...
 
  Saudades desta que em vão procuro,
  Do peito afugentar bem rudemente,
  Devendo, ao desmaiar sobre a ponte,
  Cobrir-me o coração dum véu escuro...


  Porque a dor,esta falta d'harmonia,
  Toda a luz desgrenhada que alumia,
  As almas doidamente,o céu d'agora,


  Sem ele o coração é quase nada:
  Um sol onde expirasse a madrugada,
  Porque é só madrugada quando chora.
  
  Publicado por; Maria Briolanja Carmo

terça-feira, abril 05, 2011

Monumento aos descobrimentos portugueses
POEMA                                                                                                                                                   

Nós somos o chão e a pedra,
A igreja e o convento,
A muralha da cidadela
O cais de onde partiu
Certo dia a caravela.
O forte e Pelourinho
Que por vezes encontramos
No meio de um caminho,  


Mas também a velha anta
pré–histórica e soberana
Que ganhou verdete e fama
E a pegada do dinossauro
Ou um teatro romano 

Numa rua de Lisboa.

Os monumentos e os sítios
existem para nos lembrar
que foi longa a caminhada
que fizemos para aqui chegar
tendo pouco para esquecer
E tanta coisa para lembrar.



Publicado por; IldaCarol 


“Dia dos Monumentos e sítios”  de  José Jorge Letria

Almada e a sua história

Recentemente, as escavações arqueológicas realizadas na área urbana de Almada revelam que este espaço foi habitado desde o final do Neolítico.
 As origens de Almada são difíceis de conhecer. Estas remontam aos povos nómadas do Paleolítico, no período pré-histórico.
 Os achados descobertos nas escavações arqueológicas, efectuadas no concelho de Almada, levam à conclusão que a região de Almada foi povoada no período Paleolítico. Recentemente, as escavações arqueológicas realizadas na área urbana de Almada revelam que este espaço foi habitado desde o final do Neolítico.
Do povoamento, conhecem-se elementos dispersos em vários locais de Almada, no entanto, do seu espaço sagrado conhece-se apenas a gruta artificial de S. Paulo, que foi utilizada como cemitério colectivo desde o final do neolítico até à idade do Bronze. Com uma ainda mais ampla continuidade de ocupação, existe o povoado do Almaraz, situado entre o Castelo de Almada e Cacilhas, num esporão que durante as épocas em que foi habitado, morria junto ao rio, em Cacilhas. Este vasto espaço, que primitivamente ocupava um espaço de cerca de 4 hectares, foi habitado desde o Paleolítico até ao século II – III A. C. Ainda por razões de ordem geográfica, também se deverá ter em conta que no primeiro século antes de Cristo, Lisboa teve a honra de ser elevada à categoria de Município Romano e que os Fenícios e Cartagineses haviam permanecido muito antes das suas relações e trocas comerciais. A recente descoberta em Cacilhas de uma instalação romana de salga de peixe, é uma prova concreta da presença romana neste território. Com a invasão e permanência dos Árabes na Península, a região sofreu também a ocupação Sarraceno, como comprovam vestígios, tais como, o antigo castelo que provavelmente se situava no actual local do forte de Almada. Etimologicamente, Almada significa “a mina”, que é o lugar onde uma algo existe em abundância.  A designação de Almada é proveniente das palavras árabes Al-Manda, a Mina, pelo motivo de que, aquando do domínio árabe da Península Ibérica, os árabes procediam à exploração do jazigo de ouro da Adiça, no termo do Concelho.
 A zona de Almada foi igualmente escolhida pelos árabes para a construção de uma fortaleza no promontório natural, sendo esta destinada à defesa e vigilância da entrada no Rio Tejo, em frente de Lisboa,


D.AFONSO HENRIQUES
desenvolvendo-se a povoação nos domínios da defesa militar, da agricultura e da pesca.
 Na Idade Média, em 1147, D. Afonso Henriques, auxiliado por cruzadas, conquista Almada aos Mouros. Mais tarde, doou-a a alguns dos seus conquistadores que promoveram o seu repovoamento.   Em 1170, o mesmo monarca concedeu aos mouros um foral, que foi confirmado pelo neto, D. Afonso II em Santarém, em meados de 1217.  D. Sancho I, em 1186 reconquistou a povoação abandonada e doou-a à Ordem de Santiago. Todavia, só entrou em posse definitiva dos cristãos cerca de 1195.  Em 1190, D. Sancho concedeu a Almada o seu primeiro foral, como sendo uma das mais importantes fontes escritas para a história municipal Almadense que se manteve praticamente inalterável até ao século XVI.
Em 1297, D. Dinis incorporou Almada nos Bens da Coroa, fazendo troca com os “freires” da Ordem de Santiago a quem doou em compensação outras vilas a sul do Tejo. Data desta troca a primeira delimitação do concelho ou termo que ficou constituído por território que abrangia sensivelmente os actuais concelhos de Almada e Seixal.
Para além deste privilégio, os moradores da vila, passavam a ter as mesmas prerrogativas e liberdades que os moradores de Lisboa usufruíam. Durante a Revolução de 1383 / 1385, Almada foi palco de diversas lutasque atestam a fidelidade dos seus habitantes à causa do mestre Avis, a que o famoso cronista Fernão Lopes dá excepcional relevo na sua crónica. Posição igual não houve, em 1580, quando Filipe II de Espanha se apoderou do Trono Português, mas a adesão e comportamento popular em 1640 compensaram bem esta fama, a que aliás, o povo era alheio. D. João IV, confirma à Câmara de Almada, por alvará, os privilégios anteriormente concedidos.  O Terramoto de 1 de Novembro de 1755, causou grandes estragos, em Almada, e cerca de duas centenas de mortos. Houve uma destruição quase total das Igrejas de Santiago, S. Paulo, S. Sebastião e Misericórdia, como também a ruína das Torres do castelo e da Igreja de Santa Maria. Após a primeira invasão francesa, Almada é ocupada pelas forças de Junot, em 1807; três anos mais tarde, vê-se novamente invadida pelos franceses. Em 1833, travou-se a Batalha da Cova da Piedade, que assinalou a vitória das tropas liberais sobre os absolutistas e permitiu a ocupação de Lisboa. Os almadenses aderem ao Duque da Terceira e à causa liberal com grande entusiasmo popular, colaboram na organização da sua própria defesa e na de Lisboa, construindo linhas de defesa e um batalhão de voluntários. Já então, eram muito numerosos e activos, os liberais almadenses e os princípios liberais e democratas não se vão perder. São estes princípios e atitudes políticas que vão permitir a proclamação da República Portuguesa, no dia 4 de Outubro de 1910, em Almada. Assim, Almada foi uma das primeiras vilas ou cidades portuguesas a içar a Bandeira Republicana.  Com uma história viva, esta cidade, esteve sempre de algum modo nos grandes momentos históricos.
  Em 1973, Almada é elevada a Cidade

Publicado por IldaCarol


sexta-feira, março 04, 2011

Conto do 25 de Abril

FICÇÃO:


Rodrigo descia a rua pela manhã, e pareceu-lhe pairar no ar algo diferente que ele não sabia o que era.
Passou próximo de duas mulheres que falavam em tom baixo e recatado. Rodrigo nada decifrou. Continuou o seu caminho que o iria conduzir a oficina onde trabalhava. Que havia qualquer coisa havia, até as pessoas aquela hora na rua pareciam serem menos.

- Bom dia Sr Américo.

- Bom dia Rodrigo

- Então não sabes nada?

- Eu não, respondeu Rodrigo na sua ingenuidade de rapaz de dezoito anos.

- Parece haver uma revolução.

- Uma revolução?... Uma revolução para quê?

- Ora essa, respondeu com afabilidade Américo.

- Espera que estão a actualizar as notícias.

- "Recomenda-se a todas as pessoas para que se mantenham em casa. O Presidente do Conselho e o Presidente da República, preparam-se para renunciar ao cargo, evitando assim que haja um vazio de poder"... e as notícias continuavam...

Realmente Rodrigo não entendia muito bem aquela linguagem, nem o que se estava a passar.
Américo, homem de cinquenta anos, tinha agora esperança que aquela ditadura pudesse finalmente acabar. Então, encarando Rodrigo, tomando-o como o filho que aquela guerra no ultramar lhe roubara, falou de mansinho.
- É assim Rodrigo, o nosso País vive numa ditadura, isto e´; todos temos que pensar da mesma forma, ou no mínimo parecer pensar. Agora se isto acabar todos seremos mais felizes.
Era a primeira vez que Rodrigo ouvia falar deste modo o patrão. Tanto azedume e tristeza naquelas palavras.
A guerra!..., aquela guerra, Américo falava para ele próprio. Tudo lhe roubara. Primeiro o filho, que era o único. Depois a mulher que não resistiu a tanto sofrimento. Ele prometeu a ele próprio que vingaria tudo o que lhe tinham tirado. Tentou, manifestando-se publicamente, mas o que obteve foi apenas passar umas noites no calabouço da PIDE (Policia Internacional de Defesa do Estado) para interrogações. Valera-lhe na altura um homem alto, bem vestido, que nunca conhecera, que o mandou libertar. Hoje seria um preso político ou quem sabe, não seria nada…
Os anos alteram-lhe a força, mantendo apenas viva a revolta. Desta vez acabaria o tormento, iria saborear sozinho, mas devagar, aquela paz.

- Rodrigo? chamou Américo. Agora que isto está mais estabilizado, vou ausentar-me por uns tempos.

- Onde vai Sr Américo?

- Vou a África, Angola, encontrar-me com o meu filho.

Nestes dois anos pós revolução Rodrigo tinha aprendido muitíssimo. Voltara a escola, e não foi difícil perceber o sentimento do patrão. Nada disse, apenas que fosse descansado que ele trataria de tudo o melhor que soubesse.
A Américo nada restava, apenas aquela dor funda e intensa de ter ficado só, com o filho morto naquela guerra.
Para morrer em paz tinha que ir ao local onde o filho estivera pela última vez. Uma espécie de despedida. Para ele era importante, talvez assim pudesse descansar. Aquela urna que lhe entregaram e não pudera abrir para se certificar que ia enterrar o filho, não sossegara este pai.
Dois meses volvidos, Rodrigo recebe uma carta do patrão informando-o, de que não sabia quando regressaria.

Não houve mais correspondência. Américo não conseguiu separar-se daqueles lugares, ali sentia-se mais próximo do filho.

Válter Deusdado